Opinião
Ordem nos media
O rejuvenescimento da profissão de TOC
11 February 2005
Opinião de Armando P. Marques, Vice-presidente da Direcção da CTOC
No decorrer de mais uma acção de formação de âmbito nacional levada a efeito pela CTOC - Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, surpreendi-me com uma excelente plateia de 1 500 TOC no Europarque de Santa Maria da Feira. Versando o tema do encerramento de contas e Orçamento do Estado para 2005, constatei, com uma certa alegria, que naquele grande auditório cerca de 75 por cento era composto por jovens altamente interessados nos temas em discussão. Aliás, ultimamente tem-se vindo a verificar este fenómeno o que não deixa de ser interessante, já que estamos perante uma profissão que, no curto prazo, terá um valor acrescentado qualitativo, segundo creio, pois necessita, urgentemente, de «sangue novo», com preparação adequada para assumir as funções. Os TOC desenvolvem estes uma profissão de carácter público, deveras dificultada pelas constantes mutações legislativas, o que nos obriga a uma formação e reciclagem contínua, de modo a propiciar um desempenho profissional com qualidade superior. Obviamente que, à semelhança de outras profissões, Técnicos Oficiais de Contas existem para quem a formação, estudo e investigação já não fazem parte das suas «paixões profissionais», pois a fase da emoção já foi ultrapassada, aguardando agora a sua merecida reforma, deixando aos mais novos a herança da continuidade. No entanto, esta herança deve ser transmitida com um elevado espírito de qualidade, adquirida por uma longa aprendizagem prática e, agora, enriquecida por força de novas condições académicas de inscrição na Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. Nós, os menos jovens, temos de apostar tudo no ensino dos futuros colegas, que agora abraçam a profissão, conferindo-lhe todo o apoio inicial através de estágios completos e altamente qualitativos, não nos limitando a ensinar somente funções de carácter administrativo, mas exigindo e patrocinando uma envolvência plena na vida empresarial, desde a contabilização dos documentos, passando por todas as suas fases preparatórias, elaboração das demonstrações financeiras e todas as obrigações declarativas de natureza fiscal e parafiscal. Não podemos esquecer que estamos a preparar uma nova geração de Técnicos Oficiais de Contas para a vida futura, onde, por certo, cada vez mais vai ser exigido um desempenho sério e envolvente de modo a dar cumprimento a legislações mais complexas e diversificadas. Aproximam-se tempos de mudança e por certo também se avizinham mais obrigações para os TOC, tanto no que à fiscalidade concerne como e também nas exigências que decorrem da profissão de carácter público que desempenham, o que acarreta responsabilidades acrescidas.